Bem-vindos!

Bons amigos, valorosos guerreiros da espada e da magia, nobres bardos e todos aqueles com quem tiver o prazer de cruzar meu caminho nesta valorosa, emocionante e por vezes trágica jornada em que me encontro! É com grande alegria e prazer que lhes dou as boas-vindas, e os convido a lerem e compartilharem comigo as crônicas e canções que tenho registradas em meu cancioneiro e em meu diário...Aqui, contarei histórias sobre valorosos heróis, batalhas épicas e grandes feitos. Este é o espaço para que tais fatos sejam louvados e lembrados como merecem, sendo passados a todas as gerações de homens e mulheres de coração bravo. Juntos cantemos, levando as vozes daqueles que mudaram os seus destinos e trouxeram luz a seus mundos a todos os que quiserem ouvi-las!Eu vos saúdo, nobres aventureiros e irmãos! Que teus nomes sejam lembrados...
(Arte da imagem inicial por André Vazzios)

Astreya Anathar Bhael

sábado, 16 de outubro de 2010

As Crônicas de Elgalor – Capítulo 21: Depois da tempestade (parte 1)


Boa noite, amigos e visitantes! Com grande honra, trago a vós a continuação das Crônicas de Elgalor, sob a penção e pena de Odin. Agora, o grupo formado pelo acaso e pela necessidade terá seus problemas para voltar a ativa...


As Crônicas de Elgalor – Capítulo 21: Depois da tempestade (parte 1)


Por Odin.


Astreya abriu os olhos assustada. Quando olhou ao redor, viu um quarto branco, com várias janelas que o mantinham bastante iluminado. Ela estava deitada em uma cama, vestindo uma túnica branca com detalhes prateados. Ao virar o pescoço um pouco para a esquerda, viu que havia alguém sentado em uma cadeira de madeira ao lado de sua cama.
- Está se sentindo melhor? – perguntou o rei Coran, aliviado ao ver a barda desperta.
- Coran! – gritou Astreya se surpreendendo com a altura da própria voz – minha voz voltou. Onde estamos? O que aconteceu com os outros?
- Calma – disse Coran se levantando – está tudo bem agora. Estamos nas casas de cura de Sírhion. Já faz três dias desde o confronto com Thurxanthraxinzethos.
- E os outros? – perguntou Astreya – me lembro de você me carregando, dizendo que tudo ficaria bem, mas não me lembro de mais nada depois...
- Depois, Bheleg e eu levamos vocês para Sindhar – continuou Coran – o rei Thingol foi... generoso, e apesar de vocês não serem elfos, ele permitiu que permanecessem em Sindhar por cerca de meio dia, depois, trouxemos vocês para cá.
- Coran, e quanto aos outros? – perguntou Astreya aflita – me lembro de Thurxanthraxinzethos ter cortado as pernas de Oyama, rasgado Bulma ao meio... sem contar Erol...
- Thamior já se encarregou de Oyama e Bulma – respondeu Coran com gentileza, tentando acalmar Astreya - ambos estão em perfeita ordem. Mas Erol infelizmente estava morto quando chegamos, além de qualquer ajuda que pudéssemos dar.
Astreya baixou os olhos tentando esconder o choro e o medo que sentia cada vez que se lembrava do que ocorrera na Floresta de Elvanna. Coran colocou a mão em seu ombro e disse:
- Sei o que vocês passaram, mas saiba que o sacrifício de vocês, e principalmente o de Erol não foi em vão. Graças aos seus esforços, o ritual de Gruumsh que traria um de seus arautos não pôde ser completado. Vocês se saíram bem, Astreya.
- Não o bastante para todos voltarmos vivos – retrucou a barda enquanto enxugava suas lágrimas – o que houve com Hargor e Aramil?
- Aramil se feriu gravemente e estava à beira da morte, mas foi curado pelos clérigos de Sindhar – disse Coran - Hargor estava em uma situação ainda pior, mas Bheleg conseguiu encontrá-lo a tempo, e foi possível que os clérigos de Sindhar o curassem também. Descanse agora. Você precisa se recuperar. Vocês todos precisam.
- Minha voz já voltou, e todos os ossos que Thurxanthraxinzethos havia quebrado estão curados – respondeu Astreya.
- Não estou falando de seus corpos, Astreya – respondeu Coran – estou falando de seus espíritos.
- Não há tempo para isso, Coran, digo, vossa majestade – disse Astreya fazendo uma pequena mesura – precisamos ir até a Torre do Desespero.
- Não – disse Coran de maneira bastante seca – não vou permitir.
- Mas você não pode... – disse Astreya estranhando a mudança de atitude em Coran.
- Sim, eu posso – respondeu Coran de maneira ainda mais fria – você principalmente, Astreya, é súdita de meu reino há mais de cinco anos. Como seu rei, eu lhe proíbo de participar do grupo do Senhor dos Ventos. E se minha autoridade permitir, nenhum de seus amigos continuará nesta contenda suicida.
Astreya abriu a boca para protestar, mas Coran virou as costas e caminhou para a porta.
- Não torne isto mais difícil do que precisa ser – disse Coran sem olhar para trás – não me obrigue a fechar o punho da mesma forma que Thingol.

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Em meio a uma clareira, Oyama chocava seus pés e punhos violentamente contra pedras e rochas, tentando aliviar um pouco sua ira. Próximo a ele, estavam Hargor, que olhava pensativo para o céu e Bulma, que permanecia mortalmente calada.
- Maldito Thurxanthraxinzethos! Quando eu encontrar você, seu desgraçado filho de uma cocatriz – disse Oyama enquanto partia uma rocha em pedaços com um soco – EU VOU ARRANCAR SEU COURO E FAZER UM SACO DE PANCADAS COM ELE!!
Hargor se levantou e olhou para seu amigo.
- É isso que você quer? – perguntou o clérigo.
- Sim! – respondeu o monge – é isso que eu VOU fazer!
- Ótimo – disse Hargor – então pare de desperdiçar seu tempo e me ajude a reunir os outros. Vamos acabar com a missão que começamos e depois voltamos para Darakar. Lá, vamos continuar com o treinamento que Durin começou dois anos atrás e quando for a hora, vamos caçar Thurxanthraxinzethos e fazer o bastardo se arrepender de ter nascido.
- E você, Bulma? – perguntou Oyama enquanto enxugava o suor com a própria barba – vem conosco?
- Não – respondeu a bárbara rispidamente – Não quero nunca mais ver suas caras feias de novo, fracotes incompetentes – vou sozinha atrás de Thurxanthraxinzethos, e vou torturá-lo tanto que até os clérigos de Erythnul vão sentir pena dele.
- O que aconteceu com Erol não foi sua culpa, Bulma – disse Hargor ignorando as ofensas da bárbara.
- Você não estava lá para ver, idiota – respondeu Bulma ainda mais agressiva.
- Você é indisciplinada, irresponsável e inconseqüente – gritou Hargor – se estivéssemos em um exército anão, você já teria sido enforcada por má conduta depois da primeira batalha. Mas...
- Mas? - perguntou Bulma.
- Não somos uma tropa de anões perfeitamente organizada – respondeu o clérigo – mas somos uma equipe. Precisamos uns dos outros se quisermos realmente fazer alguma diferença significante como indivíduos. Precisamos ficar juntos.
- Bulma... – começou Oyama – Se eu matar você por acidente como você fez com Erol, não vou perder nem uma hora de sono. Temos que ser cuidadosos e cobrir os flancos uns dos outros, como Hargor vive cobrando principalmente de nos dois, mas em uma guerra, tudo pode acontecer. Se não pudermos encarar isso, é melhor “aposentar a espada” e virar fazendeiro de uma vez.

Após um tenso momento de silêncio, Bulma se levantou e ergueu seu machado.
- Eu não nasci para ser fazendeira, e não vou perder um segundo de sono se você morrer, Oyama. Mas... – disse a bárbara olhando para Hargor – Vou me esforçar para lutar dentro da formação.
- Ótimo – disse Oyama – agora é só pegarmos Astreya, o cretino do Aramil e seguirmos para as Terras Sombrias.

Hargor novamente olhou para o céu e coçou a barba. Algo lhe dizia que desta vez não seria tão simples assim reunir o grupo novamente...

5 comentários:

  1. Ainda bem que estão todos recuperados da batalha... mas o trauma certamente foi profundo e unir esse pessoal não vai ser fácil. Obrigado Odin pelo cativante conto e Astreya pelo maravilhoso espaço!

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  2. Obrigada a ti, nobre clérigo, por apreciar meu humilde cancioneiro e o espaço de Odin.

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  3. Verhanna Folha Selvagem, a Arquidruidisa de Kharnat17 de outubro de 2010 às 18:38

    Os corpos podem estar curados, mas as feridas da alma são sempre mais profundas e demoram muito mais para cicatrizar. Ainda me lembro daquele monstro invisível caçador de cabeças que me encurralou, estava completamente indefesa e temia pela vida de minha filha que ainda crescia em meu ventre. Uma historia que não gosto de recordar. Parabéns Odin pelo conto e tomara que o próximo capítulo saia logo.

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  4. Obrigada, nobre Verhanna... tens razão. Foi difícil cicatrizar as feridas que esta batalha nos trouxe. Espero que teu coração agora tenha encontrado um pouco de paz como o meu encontrou, embora ainda me doa lembrar de alguns fatos do passado, como este...

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